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Cinema - Bruce Willis


Que Bruce Willis é um grande ator, nós já sabemos, mas impressiona-me a forma como esse ator continua a ser ativo e vem a cada dia realizando mais filmes.

Nesta ultima sexta-feira (22) chegou aos cinemas nacionais dois de seus últimos filmes, o já conhecido longa do detetive John McClane “Duro de Matar - Um Bom Dia para Morrer” e a comedia “O Dobro ou Nada”.

O ator Alemão de 57 anos ainda tem muito gás para trabalhar, mas creio que John McClane já deveria ter deixado o cinema, não que não goste do personagem, muito pelo contrario cresci acompanho suas aventuras.

Mas o personagem já está cansado, minha opinião é que a ultima boa historia de McClane foi “Duro de Matar – A Vingança”, uma historia concisa e muito bem roteirizada e que tem a boa participação de Samuel L. Jackson.

Nesta nova aventura o policial John McClane (Bruce Willis) está em busca de informações sobre o filho, Jack (Jai Courtney), com quem não fala há alguns anos. Com a ajuda de um amigo, ele descobre que Jack está preso na Rússia, acusado de ter cometido um assassinato. John logo parte para o país na intenção de rever o filho e, pouco após chegar, acaba encontrando-o em plena fuga do tribunal onde seria julgado. Jack está com Yuri Komorov (Sebastian Koch), um terrorista que diz ter em mãos um dossiê que pode incriminar um potencial candidato à presidência russa, Chagarin (Sergey Kolesnikov). Ele não gosta nem um pouco de reencontrar o pai, mas a insistência de John em ajudá-lo acaba, aos poucos, quebrando o gelo entre pai e filho.

“Duro de Matar” era uma grande produção minimalista, um thriller de ação que influenciou muito os filmes do gênero, com personagens e situações mais críveis. É engraçado imaginar então que de revolucionário e influente, John McClane tenha se tornado parte do sistema que antes combatia. Qualquer intenção de um entretenimento mais adulto e sério foi deixada lá atrás na década de 1990, com o terceiro episódio. Em 2007, no quarto filme, “Duro de Matar 4.0” já tínhamos o personagem de Willis realizando façanhas dignas dos super-heróis que de fato deveria diferir.

McClane se pendurava inclusive na asa de um jato, e toma-lhe efeitos de computador. Mas ao menos a diversão ainda estava lá, tínhamos bons vilões (Timothy Olyphant e Maggie Q) com um plano interessante, um senso de perigo, e boas interações humanas (com os personagens de Justin Long e Mary Elizabeth Winstead, que volta numa ponta nesse novo). Aqui, McClane sai pela primeira vez dos EUA e carrega a ação para a Rússia, visando entrar em contato com o filho, com quem não falava há anos.

O protagonista se vê envolvido numa trama internacional, ao descobrir que seu filho é na verdade um agente secreto da CIA (e toma-lhe piadinhas sobre 007). Jai Courtney (de “Jack Reacher – O Último Tiro”) é Jack, o filho de McClane, e o ator se sai bem, mas realmente não tem muito o que fazer aqui, só disparar muitos tiros e brigar com o pai (algumas das cenas são cruéis ao maltratar o velho personagem de Willis, em certas ocasiões sentimos pena dele). O novo “Duro de Matar” é extremamente genérico, e traz John McClane como coadjuvante de seu próprio filme.

O ponto positivo é a ação desenfreada, especialmente uma longa perseguição de carros muito bem orquestrada. Aqui temos algumas das melhores batidas de carros do cinema. Quem procura apenas diversão despretensiosa e passageira não deverá se desapontar. Quem procura algo mais, mesmo num filme de ação, sairá insatisfeito com personagens rasos, diálogos e relacionamentos que parecem escritos por adolescentes, uma trama confusa e desinteressante, e os vilões menos carismáticos do cinema em anos. John McClane merecia muito mais na comemoração de seus 25 anos.

Em “O Dobro ou Nada” conhecemos Beth Raymer (Rebecca Hall) é uma sonhadora incorrigível que trabalha como dançarina em uma casa de striptease em Tallahassee. Sua vida muda quando conhece Dink Heimowitz (Bruce Willis), um dos jogadores mais conhecidos da atualidade, que participará de um campeonato de pôquer em Las Vegas. Beth logo se torna sua assistente, mas precisa lidar com as ameaças da esposa de Dink, Tulip (Catherine Zeta-Jones), uma showgirl aposentada.

Há várias facetas em “O Dobro ou Nada”. A principal delas gira em torno da sensualidade de Rebecca Hall, que surge bastante bronzeada e usando shorts minúsculos para compor uma personagem no melhor estilo "ruiva burra". O grande problema não é sua caracterização, mas a forma como a personagem é inserida na trama como um todo. Beth é tão ingênua, até mesmo em relação ao uso da própria sensualidade, que soa falsa demais. O mesmo vale para Bruce Willis, um apostador tão boa praça que aparenta ser algo desconexo em um universo por vezes sórdido e baixo, como é o das apostas – isso sem falar de estar situado em plena Las Vegas, a cidade do pecado. Como resultado, os personagens acabam se tornando caricatos.

Veracidade, por sinal, é algo que o filme em momento algum aparenta, por mais que o longa-metragem seja baseado em uma história real. A impressão que passa é que Stephen Frears tentou dar ao filme um tom de farsa, compondo cada personagem com atitudes que soam estranhas dentro daquela realidade. Se a intenção era ressaltar o quão insólito eram tais atos, fracassou por não conseguir fazer com que o espectador acredite no que está vendo em cena, mesmo com uma boa dose de condescendência. Se a intenção era simplesmente fazer rir o filme também se sai mal, já que as poucas risadas vêm do quão inacreditável são certas situações exibidas.

Repleto de personagens inconsistentes e com reviravoltas repentinas, “O Dobro ou Nada” é uma comédia bastante desencontrada. Tanto por parte dos atores, mas especialmente por Stephen Frears. Difícil entender o porquê do veterano diretor, de tantos bons serviços prestados à sétima arte, ter topado esta bomba.

O fato é que Willis continua ativo no cinema, mas poderia escolher melhor seus próximos trabalhos.

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